Apesar de no imaginário português ainda pairar a imagem das vitórias gloriosas sobre os castelhanos, quando estes tentaram conquistar Portugal, Castela não foi a única nação a querer dominar a totalidade da Península Ibérica. Embora muitos portugueses o desconheçam, Portugal também tentou exercer essa supremacia.
Dezembro de 1474, o rei de Leão e Castela tem o seu fim. Aparentemente, não teria deixado um testamento que declarasse a sua filha Joana, conhecida pejorativamente como a Beltraneja, como rainha de Leão e Castela. A meia irmã do rei, Isabel, não tarda em assumirse como sucessora do trono e começa a reunir importantes apoios na nobreza.
Porém, nem todos os nobres estão por Isabel. Um deles, D. Diogo Pacheco, vai ao encontro do rei português, Afonso V, e pedelhe que se case com a princesa Joana e invada Castela para defender os seus direitos.
O monarca português, após alguma hesitação, decide invadir o país vizinho, com um poderoso exército com quase 20000 homens no final de Maio de 1475. No dia 29 de Maio, casase em Plasencia com a sua sobrinha e assumese como Rei de Portugal, Castela e Leão. Ao longo dos meses seguintes, vagueia por território castelhano mas, ao perder a oportunidade de libertar o cerco de Burgos, começa a perder apoios.
No ano seguinte, no primeiro dia de Março de 1476, já com o apoio do príncipe João, Afonso lidera o remanescente do exército português na Batalha do Toro. Apesar das pesadas baixas, o exército português, consegue prevalecer no campo de batalha e pelas leis da época seria o vencedor da mesma. Contudo, isso de pouco serviria. Sem apoios, o rei de Portugal não tem alternativa a não ser a retirada das suas pretensões ao trono de Castela, com a assinatura do Tratado das Alcáçovas, em 1479. Este foi mais um episódio que serve para demonstrar que o destino de Portugal e Espanha é viverem separados, mas, felizmente na actualidade, como aliados numa convivência pacífica.
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Ficha Técnica:
Pesquisa e Roteiro André Coutinho
Locução e Edição André Coutinho

Imagens:
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Vídeos:
Pixabay
Excertos de Isabel (2012), série de TV de Jordi Frades
Non ou a vã glória de mandar (1990), de Manoel de Oliveira

Músicas:
Nature Nurture Quincas Moreira

Referências:
Encarnação, Marcelo (2011). A Batalha de Toro. Volume I. Dissertação de Doutoramento em História. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Orientação: Prof. Doutor Luís Miguel Duarte. Coorientação: Prof. Doutora Maria Isabel del Val Valdivieso (U. Valladolid);

Costa, A. (2011). Batalha de Toro e as Relações entre Portugal e Castela. Dimensões políticas e militares na segunda metade do século XV. Dissertação de Mestrado em História Medieval. Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.