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Almeida a Estrela da Raia suas incríveis muralhas - Portugal

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Lugares Encantados em Portugal

Almeida, a fortaleza do tempo, a Estrela da raia, mantémse como uma vigorosa fortaleza, sentinela vigilante, na salvaguarda da fronteira entre Portugal e Espanha. No passado, a estrutura em hexágono protegia da guerra, dos invasores espanhóis e franceses. Hoje, a muralha preserva a identidade e um fabuloso património histórico.
No dia 26 de agosto de 1810, a manhã eclodiu ao som da artilharia francesa. Às portas da vila, um exército de 14 mil soldados franceses, comandados pelo Marechal Ney, apertava o cerco à guarnição das tropas anglolusas, liderada pelo Coronel William Cox.
O cheiro a pólvora, o ribombar das peças de artilharia, o clamor das tropas, pairava no ar, como um augúrio de morte e de carnificina.
Ao longo daquele dia foram disparadas 6177 granadas de artilharia e foram consumidas cerca de nove toneladas de pólvora, mas como sempre, esta fortaleza quase inexpugnável de Almeida, resistia ao ataque feroz das tropas invasoras de Napoleão.
O Duque de Wellington, o genial estratega Inglês aliado de Portugal, que derrotaria Napoleão em Waterloo, tinha mandado prover a guarnição de mantimentos e munições suficientes para aguentar o primeiro embate da terceira invasão francesa, comandada por Massena. O plano era travar o avanço das tropas francesas para dar tempo à conclusão das Linhas de Torres Vedras, essenciais para a defesa de Lisboa.
Desde os tempos da Restauração que Almeida era uma peçachave na malha defensiva de fronteira. A atual estrutura da monumental praçaforte começou a ser erguida em 1641 pelo Governador das Armas da Província da Beira, Álvaro Abranches e a sua construção foi concluída no final do séc. XVIII com o Conde de Lippe. É uma notável obra de arquitetura militar com um plano em estrela irregular com seis baluartes intercalados por seis cortinas com revelins numa extensão de 2500 metros de muralha quase inexpugnável.
Era precisamente na ponta destes baluartes que as tropas britânicas e as milícias portuguesas dispunham a sua artilharia, ripostando ferozmente aos ataques franceses. Apesar da inferioridade numérica das tropas anglolusas, o combate e o cerco estava para durar. Na azáfama de guerra, o TenenteRei, o Coronel Francisco Bernardo da Costa e Almeida, militar de carreira notável e segundo comandante da Praça, conduzia as operações defensivas e supervisionava a logística. O paiol com as munições e a pólvora estava albergado e protegido dos ataques inimigos no velho castelo de Almeida. Era de ali que as munições e os barris de pólvora eram levados para a frente de batalha localizada nos baluartes.
Às 19.00h, quando a intensidade do fogo inimigo recrudescia, uma granada francesa explodiu no interior da fortaleza, ateando um letal rastilho num trilho de pólvora de um barril mal vedado. Um trilho que conduzia diretamente ao paiol onde estavam guardados os barris de pólvora e cerca de um milhão de cartuchos de infantaria.
A explosão foi terrível e destrutiva. Morreram cerca de 500 pessoas, entre populares e militares, os blocos de pedra do castelo foram projetados a mais de uma centena de metros até às trincheiras francesas, provocando inúmeras baixas.
No interior da praça o cenário era de devastação, casas destruídas, corpos espalhados pelas ruas e muitos feridos. A artilharia anglolusa ficou reduzida a 200 homens e a situação das tropas aquarteladas tornouse insustentável. Às 9.00 h do dia seguinte, um emissário de Massena propunha a rendição às tropas sitiadas. William Cox, de orgulho ferido, estava renitente em ceder e quis empatar o adversário, propondo condições inaceitáveis de capitulação. O desânimo era generalizado e a moral das tropas muito baixa. Em situação desesperadora, o TenenteRei Costa e Almeida convenceu Cox a convocar um Conselho de Guerra onde ficou acordada a rendição das tropas anglolusas. Este gesto de pragmatismo valeria mais tarde ao TenenteRei uma acusação de traição por “cometer fraqueza e mostrar desânimo”.
Depois de ter estado preso no Castelo de São Jorge em Lisboa, onde escreveu uma pungente carta clamando a sua inocência, o TenenteRei Costa e Almeida acabaria por ser sumariamente julgado pelos ingleses e fuzilado sem misericórdia.
Para quem visita a vila durante a época de inverno, nos dias de nebulosidade, parece ser transportado ás brumas da história, como numa visão de D. Quixote. Assim que se franqueiam as belíssimas portas duplas de São Francisco da Cruz, parece que transpomos um portal no tempo. Os árabes chamavamlhe AlMêda ou Talmeyda (qualquer coisa como a mesa ou o planalto) e terão aqui erguido um pequeno castelo (séculos VIIIIX), mas foi durante o período da Reconquista Cristã que Almeida ganharia importância estratégica, por se situar perto do Rio Côa e ocupar lugarsentinela na fronteira.

posted by sharkfinblogzk