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Angela Gutierrez no

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Sempre Um Papo - Ano 38

A forte espiritualidade africana atravessou o Atlântico, com os negros traficados, e escalou as montanhas de Minas Gerais. O legado foi a construção de um sincretismo religioso que, desde o período colonial, se faz presente em objetos de fé que fundem evocações e crenças e buscam incorporar a alma africana. Na exposição “Objetos de Fé AfroBrasileiros”, do Museu do Oratório, com curadoria de Angela Gutierrez, presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, oratórios em diversos formatos e materiais traduzem essa sinergia construída pelo encontro de culturas dos povos formadores do Brasil. A mostra integra o 2º. Festival Literário Internacional de Paracatu – Fliparacatu – e foi aberta no dia 18 de julho, quintafeira, na Casa de Cultura de Paracatu – rua do Ávila, S/N, Centro/Paracatu, com entrada gratuita, e segue até o dia 2 de setembro de 2024. A exposição conta com o patrocínio da Kinross via Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), parceria com a Prefeitura de Paracatu e apoio da Fundação Municipal Casa de Cultura de Paracatu. Os mantenedores do Museu do Oratório são o Instituto Cultural Flávio Gutierrez e o Instituto Cultural Vale.

Para inaugurar o evento, foi realizado um evento do Sempre Um Papo, mediado por Afonso Borges, presidente do projeto e também do Sempre Um Papo, e Tom Farias, curador do Fliparacatu. Assim como todos os eventos do Sempre Um Papo, entrada foi gratuita, mediante retirada de ingresso na plataforma Sympla.

Com curadoria de Angela Gutierrez, presidente do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, a exposição “Objetos de Fé AfroBrasileiros”, do Museu do Oratório, traz peças que estiveram onipresentes no espaço colonial, nas casas, na algibeira, na mina e na senzala, fundindo fé e cultura. “Os oratórios de fatura afrobrasileira em exposição nesta mostra estão em seu estado original, tal como foram encontrados nas mais variadas situações. São instalações de diversos materiais que integram a fé e a arte, numa miscigenação do barroco com a alma africana”, afirma a colecionadora. Angela completa que estes objetos religiosos, construídos no início da formação da sociedade brasileira, são capazes de proporcionar uma reflexão sobre como as adversidades da história uniram povos e que a africanidade é parte indissociável da cultura brasileira. Produzidos nos mais diversos materiais e técnicas, os oratórios são originários de Minas Gerais e do Nordeste do Brasil, alguns com apenas 5 centímetros e outros que chegam a quase 2,5 metros de altura.

As peças compõem o acervo permanente do Museu do Oratório, localizado na cidade de Ouro Preto – MG. Inaugurado em outubro de 1998, o Museu do Oratório apresenta uma coleção única em todo o mundo de 162 oratórios e 300 imagens dos séculos XVII ao XX. As peças do acervo foram doadas ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) por Angela Gutierrez e são genuinamente brasileiras, principalmente de Minas Gerais. O acervo oferece detalhes valiosos da arquitetura, pintura, vestuário e costumes da época em que foram produzidos, permitindo uma verdadeira viagem antropológica pela história do Brasil.

O Museu do Oratório está instalado em um casarão histórico de três andares onde, durante algum tempo, morou Aleijadinho (17381814), escultor barroco. Situado no adro da Igreja do Carmo, o prédio setecentista foi especialmente recuperado e equipado com modernos recursos tecnológicos para receber a coleção. O projeto museográfico é do francês Pierre Catel, que idealizou um cenário expressivo e acolhedor. O Museu do Oratório recebe anualmente mais de 50 mil visitantes.

Angela Gutierrez é formada em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, com especialização em Marketing. É pesquisadora do Barroco brasileiro e colecionadora de arte sacra. Fundou em 1998 o Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG), sendo responsável pela criação e implantação do Museu do Oratório, em Ouro Preto (MG); do Museu de Sant’Ana, em Tiradentes (MG); e do Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte (MG). Foi Secretária de Cultura do Estado de Minas Gerais, Membro do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e faz parte, desde os anos 2000, do Conselho Curador da Fundação Dom Cabral. Esteve à frente da coordenação editorial de livros e outras publicações sobre a Arte Brasileira e Patrimônio Cultural.

posted by Noguchihc