O buraco negro é como um aspirador gigante.
Absorve matéria incontrolavelmente, aumentando sua massa e a sua energia.
Com certeza, as naves espaciais não devem se aproximar deles.
Apesar disso, existe uma dúvida.
Seria possível controlarmos os buracos negros e fazêlos com que produzam energia para nós?

Buraco negro como fonte de energia
s buracos negros são monstros que se escondem nas profundezas do espaço.
Mas quem conseguiria domar e usar a energia desta gigantesca anomalia gravitacional senão nós humanos?
Aliás, os buracos negros já nos beneficiam.
Se usada como uma lente gravitacional, conseguimos observar corpos celestes extremamente distantes.
Em outras palavras, os buracos negros agem como telescópios espaciais.
E por que não ambicionar algo maior, fazendo com que os buracos negros gerem energia para nós?
Talvez seja algo mais difícil do que os painéis solares das naves espaciais, que ainda estão longe de ser uma fonte de energia ideal.
Obviamente, hoje, ainda não conseguimos chegar num buraco negro, mas isso não significa que não conseguiremos daqui a centenas ou milhares de anos, certo?
De qualquer forma, os cientistas estão apresentando diversas ideias e formas de se extrair energia dos buracos negros.

O Processo Penrose
Em 1969, o físico e matemático britânico Roger Penrose propôs à comunidade científica um processo de extração de energia dos buracos negros.
Este processo, em sua homenagem, foi denominado de “Processo Penrose”.
Este método tratava de lançar matéria em um buraco negro e trazendoo de volta com sua energia.
Mas, como extrair essa energia?
É preciso compreender a “estrutura” e o comportamento dos buracos negros.
O local onde um buraco negro está no universo possui uma gravidade extremamente forte e nada escapa dele.
Nem mesmo a luz consegue escapar.
Por isso que essa região do espaçotempo é chamada de “buraco negro”.
Porém, ao se afastar um pouco do centro do buraco negro, a força gravitacional deixa de ser tão intensa, o que permite a sua observação.

A Esfera de Dyson
Outra maneira de dominar um buraco negro seria por meio da esfera de Dyson.
A esfera de Dyson é um projeto de engenharia espacial proposto pelo escritor de ficção científica Olaf Stapledon em 1937 e desenvolvido a partir de uma perspectiva científica pelo físico Freeman Dyson em 1960.
A ideia do projeto é simples: para colher energia de uma estrela, uma esfera de captura deve ser colocada ao redor da estrela.
Obviamente, esse conceito tem muitos problemas.
Por exemplo, para colocar a esfera de Dyson ao redor do Sol, exigiria uma quantidade de material equivalente à massa de Júpiter, mas de onde seria possível obter tal quantidade de material?
Existem ainda outros detalhes.
Apesar de que a imaginação é livre, certo?
O mesmo vale para a esfera de Dyson que circunda um buraco negro.
Embora os buracos negros não emitam radiação da mesma forma que as estrelas, eles são também poderosas fontes de energia.

Bomba de buraco negro
Vimos que, quando um objeto, especificamente uma partícula, entra na ergosfera e se divide, consegue sair com uma enorme quantidade de energia.
Agora, vamos supor que um buraco negro seja coberto completamente com uma esfera de Dyson feita de espelhos.
Ao abrir a escotilha e disparar um feixe eletromagnético para dentro, o feixe entrará na ergosfera e sairá amplificada.
Depois, as ondas eletromagnéticas são refletidas pelo espelho, entram novamente na ergosfera e voltam amplificadas novamente.
Isso continua sucessivamente, mas, ao abrir a escotilha novamente e liberar o feixe diversas vezes mais amplificado para o exterior, alcançaremos a fonte de energia que precisamos.
Ao colocar um pouco de energia, retorna amplificada é como um “motocontínuo”, não é?
Do ponto de vista da física, tudo faz sentido.
A amplificação das ondas eletromagnéticas é causada pela diminuição da velocidade da rotação do buraco negro.
Então, o que impede a utilização desse método de extração de energia?
Além das razões puramente técnicas, existe o que chamam de “bomba de buraco negro”.

Fornalha de degeneração
Em 1975, Stephen Hawking provou que os buracos negros não apenas engolem tudo o que podem alcançar, mas também emitem partículas para o espaço sideral.
Este efeito é chamado de evaporação do buraco negro ou radiação Hawking e, teoricamente, ocorre quando o campo gravitacional cria pares “partículaantipartícula” perto do horizonte de eventos.
Uma partícula cai no horizonte de eventos e a outra voa para o espaço, levando consigo parte da energia do buraco negro.
Se os buracos negros emitem radiação, por que não utilizar esse fenômeno para produzir energia?
Os escritores de ficção científica foram os primeiros a adotarem essa ideia.
Em seus trabalhos, eles apresentam entusiasticamente naves espaciais equipadas com hipotéticos reatores degenerados que coletam energia de minúsculos buracos negros.