Eu estou aqui nos trilhos do que um dia foi a Companhia Mogiana de Estradas de ferro, no tronco que interligava Campinas à Jaguariúna

Vou percorrer os 24km de distância entre as duas cidades caminhando pelos trilhos e dormentes da antiga ferrovia. uma baita FerroTrekking

E ao longo deste percurso, o que não vai faltar são lindas paisagens e muita história. Vou passar por 6 estações centenárias, diversas pontes, algumas delas bem desafiadoras, várias fazendas e um restaurante diferente de tudo o que você já viu.

A Companhia Mogiana foi planejada e construída no contexto da segunda metade do século 19, no auge do ciclo cafeeiro. Sua funçõa seria escoar a enorme produção de café aqui do interior de São Paulo até o porto de Santos, através da interligação com a São Paulo Raiway, em Jundiaí.

Sua construção teve início em 1.872, com capital levantado pelo Barão de Tietê, entre outros.

O ritmo da construção foi frenético. Em menos de três anos, essa primeira etapa, que ligava Campinas até Jaguariúna, já estava pronta e operacional.

Nos anos subsequentes à inauguração deste primeiro trecho, a ferrovia se expande bastante. Chegou a Mogi Mirim, depois a Amparo, Casa Branca , Ribeirão Preto e finalmente, em 1.886, chega à Poços de Caldas, no Sul de Minas

Em sua época aurea, a Mogiana chegou a administrar mais de 2 mil km de ferrovias, entre troncos principais e ramais.

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Infos:
A Sede da Moginana ficava em Campinas
Jaguariúna antes se chamava Jaguary
Em 1926 a linha Campinas Jaguariuna sofreu uma grande reforma, inclusive com a alteração do leito dos trilhos em boa parte do percurso. Por isso, todas as estações precisaram ser reconstruídas.
A partir do final da segunda guerra mundial as ferrovias, de uma maneira geral, iniciaram seu declínio. O brasil havia adotado o modelo americano, privilegiando o transporte rodoviário. Aos poucos, a Mogiana foi definhando e, em 1973, fechou as suas portas definitivamente.
Na década de 80, capitaneada pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, o trecho renasce, só que desta fez com apelo turístico, e funciona até hoje.
Não deixar de falar sobre Paranapiacaba



Anhumas:
Inaugurada 1875 (reconstruída em 1926)

O nome da estação foi dado por causa da proximidade com o ribeirão das Anhumas


Pedro Américo
Inaugurada em 1926 substituindo o antigo Posto Telegráfico Gety (reconstruída em 1926)

O nome da estação foi dado como homenagem ao doador das terras para a sua construção, Pedro Américo de Camargo Andrade, proprietário da Fazenda São Pedro.

Tanquinho
Inaugurada em 1877 (reconstruída em 1926)

O nome da estação foi dado devido a existência do posto de lavagem para os vagões gaiola da ferrovia, contando portanto com um grande pátio.

Desembargador Furtado
Inaugurada em 1901 (reconstruída em 1926)

O nome da estação foi dado em homenagem a um dos proprietários da Fazenda Duas Pontes, maior produtora de café do município, que foi o responsável pela construção da estação, depois de negociações com a Mogiana.



Carlos Gomes
Inaugurada em 1888 nome Matto Dentro e renomeada como Carlos Gomes em 1896 (reconstruída em 1926)

O nome da estação foi dado em homenagem ao compositor campineiro Antônio Carlos Gomes, considerado o mais importante do gênero ópera do Brasil.

A estação possuía um grande pátio com cinco linhas onde ocorria embarque de pedras, gado e café.


Jaguariúna
Inaugurada em 1875 (reconstruída em 1926)

Era o ponto final do primeiro trecho, e depois, de onde partiam os trens para o ramal Amparo

00:00 Introdução
00:46 Estação Anhumas
01:53 A história da Mogiana
02:25 Estação Pedro Américo
03:16 Café com Trem
06:20 A ABPF
07:57 Estação Tanquinho
10:05 Ponte sobre o rio Atibaia
11:28 Estação Desembargador Furtado
13:20 Estação Carlos Gomes
16:57 Ponte sobre o rio Jaguari
17:44 Estação Jaguariúna