Esquece tudo o que sabes! Isto é Trípoli, na Líbia!

“Its all over, the war is over” entoa na minha cabeça. Mas não é verdade. A guerra na Líbia não acabou. A situação está apenas mais calma.

Com a globalização dos conflitos mundiais e o alastrar a outros continentes, nomeadamente à Europa de Leste, territórios como a Líbia, a Somália ou o Iémen têm assistido a uma diminuição dos mercenários e exércitos privados em direcção a novos palcos de batalha. Isso tem permitido algum clima semelhante a paz em algumas regiões, crescendo nas populações a esperança de uma vida melhor para breve.

A Líbia atravessa neste momento esse período. Um intervalo talvez… algo mais duradouro, esperam todos. A esperança é o denominador comum de todos estes países.

Nós esperamos o mesmo. Esperávamos encontrar um clima de transição entre uma guerra civil que devastou o país e a esperança de paz. Mas o que encontramos foi muito mais do que isso.

No dia em que chegamos à Líbia aterramos em Trípoli, num aeroporto improvisado num antigo hangar inglês da II Guerra Mundial. O aeroporto internacional foi destruído pelos confrontos de 2011 e ainda não abriu desde então.

Bashir, o nosso guia, esperanos no aeroporto e, depois de um processo de entrada algo complexo, levanos em direcção a Tripoli, a capital. Pelo caminho vemos trânsito caótico como em qualquer cidade grande, um conjunto de prédios e arranhacéus em construção mas parados há mais de 10 anos. O país parou em 2011. Tudo ficou como estava, diznos Bashir.

Passamos a tarde na cidade velha, dentro e fora das muralhas e nada nos podia ter preparado para aquilo que vimos. Trípoli não é Mogadiscio. Mas Trípoli feznos lembrar um pouco Mogadiscio.

A praça principal da cidade estava transformada num parque de diversões; crianças, adultos e velhos divertemse. Comem algodão doce, pipocas e brincam. Andam de charrete, bicicletas e jogam à bola. Cantase é rise. Que maravilha! A minha viagem podeis ter acabado aqui que eu já estava satisfeita. Tinha visto a face de uma nova Líbia. Uma Líbia feliz.

Trípoli, contudo, era muito mais do que isso, por isso, embrenhamonos a fundo para a conhecer. Estávamos prontos para explorar mais um dos “países mais perigosos do mundo”. Será mesmo assim? O que achas?

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