Bóson de Higgs
Imagine o começo de tudo, antes de ocorrer o Big Bang, o todo se baseava em uma densidade extremamente quente e desforme, algo até um tanto quanto complexo de se definir, pois não existia matéria, ou seja, um aglomerado de partículas. Todavia existia energia, e essa energia se encontrava se acumulando em um determinado ponto. Essa posição ficou altamente densa, até que em um determinado momento ocorreu uma expansão brutal, a qual podemos ainda captar como radiação cósmica de fundo em microondas. É como se tivéssemos uma espécie de fóssil do big bang ecoando até hoje.
Entretanto, essa energia, quando ocorreu a expansão do sistema, ela passou de energia potencial para energia cinética, em outras palavras, E = mv2/2. Segundo a teoria da relatividade de Albert Einstein, essa energia cinética pode ser convertida em massa, uma vez que E = mc2, em outras palavras, a energia vai crescer indefinidamente, entretanto a velocidade da luz, apesar de ser muito grande e, de se tornar absurdamente grande quando elevada ao quadrado, ela é limitada, logo, com o aumento da energia, somente um termo da equação pode continuar a aumentar, no caso, a massa.
A massa, apesar de ser algo tangível, a mesma pode ser expressa em função de carga, ou seja, em unidades de elétronvolt (eV). No caso, mais especificamente em GeV/c2, que quando substituído na equação de energia, no termo de massa, conseguimos anular o termo vinculado à velocidade da luz, logo, E = (GeV/c2) c2, resultando em E = GeV e como E = m, então m = GeV, por simples silogismo.
A partir desse ponto, no ano de 1964, o físico britânico de partículas, Peter Higgs, propôs que deveria existir uma partícula inicial, a qual descrevesse a massa que serviu de base para criar todas as outras partículas, em especial os férmions e os bósons de calibre. Essa seria a chamada Partícula de Deus. Que depois ficou conhecida como a partícula teórica de Higgs.
Essa partícula é semiteórica até hoje. Quando ela foi proposta não havia tecnologia suficiente para conseguir investigála, entretanto com a criação do LHC no CERN lá na Suissa, que é um acelerador de partículas que visa a colisão de hádrons, ou seja, partículas formadas por quarks e glúons, como prótons e nêutrons, foi possível chocar hádrons em uma velocidade espantosa. E desse choque foi possível a percepção de alguns indícios de massa, que se apresentava diferente a de quarks e glúons, ou seja, em uma faixa de 115130 GeV. Além disso, provouse que essa partícula misteriosa tinha paridade positiva, ou seja, se uma coordenada for alterada o sinal da função de onda não é alterado. Também se provou que o spin dessa partícula era nulo. Em outras palavras, características bastante básicas para a determinação de um bóson de calibre, assim como foi predito por Peter Higgs.

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