Sentir
Sentir o despertar
De vidas plenas, de dores tragadas
Molduras de alvas cores
Brancas almas de mágoas incontadas...

Mundo do nosso mundo,
Seres do nosso ser,
Rostos da nossa terra
Serenos motivos, de nosso querer
Sorrisos de tanta luz,
Olhares de tanto dizer...
Por cada gesto,
Em cada momento
Livros recheados de tanto saber!
Espanto da solidão
Do tempo que foi passado
Fazer da vida oração, dilema perpetuado

São compêndios de saberes, à lareira rebuscados,
Esperam assim, o devir de tempos abandonados...
Alma das gentes, que nos leva a emoção
De sentimentos é feito
Este viver que é lição!

Não há prece que lhes valha, na dureza do caminho
Em incontido murmúrio, e redes em desalinho
Histórias que são do tempo, doutos recantos de ser
Ria da nossa terra, não os deixes perecer!
Passos seguros e firmes, mãos hirtas e calejadas
Nobre gente,em doces lamentos contados,
Cerram fileiras na vida
De tempos que são passados....

Sentir a alma da gentes
É como conto sem fim, vidas que são vividas
Pedaços que são de mim!

Poema de Maria Augusta Pinto